Marcos de viagens espaciais
Terminologia
De certa forma, "astronauta", "cosmonauta", "taikonauta" e "espaçonauta" são sinônimos do termo "viajantes espaciais". Na maior parte das vezes, "cosmonauta" e "astronauta" são sinônimos em todas as línguas, e o uso da escolha é frequentemente ditado por razões políticas, sendo que ambos os termos ficaram consagrados durante a corrida espacial da década de 1960, disputada entre os Estados Unidos e a ex-União Soviética.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos e em muitas outras nações cujo idioma é o inglês, o profissional que viaja no espaço é denominado astronauta. O termo deriva das palavras gregas ástron (άστρον), significando "estrela", e nautes (ναύτης), significando "navegante, marinheiro". O primeiro uso do termo no sentido moderno foi encontrado na curta história The Death's Head Meteor (1930), de Neil R. Jones. A palavra em si já era antes conhecida, no entanto. No livro Do Outro Lado do Zodíaco (1880), de Percy Greg, "astronauta" refere-se a uma nave espacial.
Rússia
Por convenção, um viajante espacial empregado na Agência Espacial Federal Russa (ou em sua antecessora soviética), é chamado de cosmonauta em textos ingleses e em outros idiomas, como no português. O termo é uma adaptação da palavra russa kosmonavt (космонавт), na qual por sua vez deriva das palavras gregas Kosmos (κόσμος), "universo", e nautes (ναύτης), "marinheiro".
Outros termos
Embora nenhuma nação, com exceção da Rússia (ex-União Soviética), os EUA e a China, tenha lançado uma nave espacial tripulada, várias outras nações enviaram pessoas para o espaço com colaboração de um destes países. Inspirado por estas missões extraterrestres, outros sinônimos para "viajantes espaciais" surgiram. Entre eles, o termo spationaut (ortografia inglesa) que, na ortografia da Língua francesa, fica spationaute. Este termo é utilizado para descrever viajantes espaciais franceses, a partir da palavra latina spatium, que significa espaço. Outro exemplo é o termo angkasawan utilizado pelos malaios, muito usado para descrever os participantes do Programa Espacial Angkasawan. Na China, os termos yǔhángyuán (宇航员) e hángtiānyuán (航天员) referem-se a viajantes espaciais. A expressão tàikōng rén (太空人, literalmente "pessoa do espaço" ou "espaçonauta") é frequentemente usada em Taiwan e em Hong Kong. O termo híbrido "taikonauta", de 太空 (tàikōng, espaço), cunhado em 1988, quando a China começou a treinar tripulantes de naves espaciais, tornou-se mais conhecida em 2003, por ocasião do lançamento da primeira nave tripulada chinesa - a Shenzhou 5 - que levou a bordo Yang Liwei, o primeiro "taikonauta"o sonho à conquista
Impossível dizer quando tudo começou. Talvez tenha sido ao despertar da consciência. Quando aquele enorme disco prateado, suspenso no vazio, provocou um sentimento novo – uma espécie de êxtase. Dessa vez não era medo. Quem sabe um sonho, um desafio. Quando, ao certo, nunca saberemos.
Mas é certo que em algum momento da existência humana fomos possuídos por uma sensação poderosa. Um devaneio insano de que podíamos explorar a Lua e além. Não fosse isto e talvez jamais tivéssemos passado de um pequeno bando de animais encolhidos em cavernas, num canto qualquer do planeta.
Como a Astronomia, a Astronáutica, a arte e técnica de navegar o firmamento, surgiu ao contemplarmos o céu. Durante o dia invejávamos a liberdade dos pássaros. Queríamos estar com eles, por entre as nuvens.
À noite ansiávamos tocar a Lua, atravessar o manto escuro e vislumbrar o mecanismo dos astros, a música das esferas. Por milênios este foi somente um sonho da humanidade. Cada um de nós, hoje, vive o instante de graça que nossos antepassados desejaram.
ASTRONÁUTICA, a arte e técnica de navegar o firmamento.
Montagem adaptada da revista Understanding Space, de Jerry Jon Sellers.
Sonhando alto
AS HISTÓRIAS DESSES VIAJANTES IMAGINÁRIOS ESTÃO POR TODA A PARTE. Um documento com mais de cinco mil anos narra a façanha do rei Ethan, que ascendeu aos céus. Fato comum em todas as religiões da Terra.
Heródoto, um historiador da Grécia antiga, mencionava que seus patrícios cavalgavam águias, estimuladas por iscas frescas. O grego Luciano de Samósata contava que após atravessar as Colunas de Hércules – atual Estreito de Gibraltar – o barco em que navegava foi erguido por uma gigantesca tromba d’água, e depois de vários dias de viagem celeste, atracou numa grande e brilhante ilha: a Lua!
A história de Cyrano conseguiu impressionar Isaac Newton, que propôs uma nave impulsionada à reação (3ª Lei). Gravura do sec. XVIII.
Em “Somnium” (Sonho, séc. XVII) Johannes Kepler imaginou uma viagem à Lua, descrevendo duas espécies de habitantes.
Os subvolves viviam na face lunar sempre voltada para a Terra e os privolves, habitantes do lado oculto, costumavam fazer grandes caminhadas rumo à outra face, de onde podiam contemplar o adorável planeta Terra. Kepler também deduziu que as crateras lunares eram construções artificiais, antecipando a controvérsia dos canais marcianos.
Em “Os Primeiros Homens na Lua” de H. G. Wells, o professor Cavor e seu assistente chegam à Lua graças a um veículo recoberto por uma substância antigravitacional chamada cavorita.
Mas na divertida “Viagem à Lua” de Cyrano de Bergerac, os personagens não são pioneiros. Um outro viajante terrestre teria alcançado antes o satélite, viajando num globo de ferro impulsionado por um enorme ímã preso a sua frente!
Por fim, talvez a mais fascinante entre todas essas aventuras seja aquela escrita em 1865 por Júlio Verne. Em “De la Terre à la Lune” Ardan, Barbicane e Nicholl viajam no interior de uma cápsula disparada de um monumental canhão na Flórida, quase no mesmo lugar em que partiriam os três astronautas americanos.
VIDA IMITA A ARTE À direita, os heróis de Verne regressam à Terra. Ao lado, a chegada dos astronautas da Apollo 11.
O termo "astronáutica" foi proposto em 1927, por analogia com "aeronáutica", pelo escritor francês Joseph Genri Rosny, também conhecido como Rosny Ainé (1856-1940), que esteve durante muitos anos envolvido com o movimento astronáutico francês. Rosny definiu astronáutica da seguinte forma: "A astronáutica é a ciência que tem por objetivo dar ao homem a possibilidade de evadir-se da Terra e, desse modo, poder viajar a sua vontade por todo o espaço celeste". Este termo passou a ser adotado pela maior parte dos países do mundo.
Em 1928, o barão austríaco, Guido von Pirguet, sugeriu o termo "cosmonáutica", que foi adotado por alguns países, em especial na ex-União Soviética. Por este motivo, durante muito tempo, especialmente durante a guerra fria entre os Estados Unidos e a ex-União Soviética, a imprensa internacional empregava o termo "astronautas" para se referir aos tripulantes das espaçonaves americanas e "cosmonautas" para os tripulantes das espaçonaves soviéticas.
Alguns autores denominam a era da Astronáutica de grandes navegações espaciais,[1] [2] quando se tratando para lugares distantes na exploração espacial,[3] em alusão à era das grandes navegações.
Outro termo proposto, porém não muito utilizado, foi "espaçonáutica".
A engenharia astronáutica é um setor específico da engenharia relacionada com a astronáutica.
História da Astronáutica
Em seus primórdios, a astronáutica era puramente teórica. Muito antes de se tornar possível enviar espaçonaves para o espaço, a questão do vôo espacial interessou figuras como Júlio Verne e H.G. Wells. No começo do século XX, Konstantin Tsiolkovsky derivou a famosa equação do foguete que tornou possível calcular a velocidade final de um foguete em função da massa final do foguete (sem o propelente), ; da massa inicial (foguete+propelente), , e da velocidade de exaustão do propelente, :
Tsiolkovsky é considerado por muitos historiadores, como sendo o "pai da astronáutica".
A história prática da astronáutica começa com os foguetes de combustível líquido, desenvolvidos pioneiramente pelo professor e cientista americano, Robert Hutchings Goddard (1882 – 1945), em 16 de março de 1926.
Os principais ramos da astronáutica são:
matemática espacial
astrodinâmica
ambiente espacial
design de espaçonaves
foguetes
navegação
Podemos englobar a astronomia e a astronáutica no termo geral: ciências espaciais